Lincoln Gordon de saia?
Essa terra tem dono!
A Copel é nossa e a ELETROBRÁS e PETROBRAS também, embaixadora!
Os mais novos não devem lembrar desse nome: “Lincoln Gordon”.
Era o embaixador dos EUA no Brasil no tempo em que John Kennedy, do Partido Democrata Americano, era presidente.
A influência do embaixador dos EUA era tanta, mas tanta que ele tinha um Gabinete no Congresso Nacional, aliás, no Senado Federal, daqueles gabinetes grandes e espaçosos, só para atender parlamentares do Brasil, em Brasília.
Ele era entrevistado todos os dias por pelo menos um ou dois jornais, rádios ou tvs brasileiras sobre o que achava sobre todos os aspectos do governo João Goulart.
Era tão importante com seu elegante cachimbo, se fosse um ministro.
Opinava sobre salário mínimo, sobre o “excesso de gastos sociais”, sobre inflação, juros, politica interna e externa. Um verdadeiro acinte.
Nossa mídia golpista, claro, valorizava muito seu papel, pois Jango e Juscelino tinham enorme apoio popular devido ao ciclo de desenvolvimento promovido ainda por Getúlio, pela construção de Brasília, a implantação da Indústria automotiva nacional com a VOLKS, a FNM, a DKV, WULLYS/ FORD/ etc.
Uma vez que a oposição golpista, como hoje, estava “queimada”, o embaixador americano era quem na verdade comandava a oposição no Brasil.
Tudo isso não é exagero. Está documentado no filme “O Dia que durou 21 anos” disponível no youtube e outras plataformas. Vale muito a pena ver. Eu sugiro a todos que desejam prever o futuro que vejam com seus próprios olhos o passado. Em sons e imagens.
A cada profissão cabe o respeito a algumas regras.
A todas as profissões cabem regras.
Aos diplomatas a suprema regra é não imiscuir-se na politica de outro país.
Pelo menos, não quando está como visitante deste país.
Isso é uma grave infração às regras internacionais e ao próprio reconhecimento das credencias diplomáticas recíprocas.
A interferência de Gordon na política brasileira certamente fez parte da estratégia de derrubar o governo eleito do Brasil através de um sangrento golpe e regime militar que durou 21 anos de abuso de autoridade, prisões, torturas e assassinatos de opositores. Tudo sob apoio dos presidentes americanos. Tanto os do Partido Democrata como Republicano.
A UNE, pouco antes de ser fechada e ter sua sede queimada chegou a propor em pichações desesperadas antevendo as eleições que deveriam eleger JK em 1965 : “Chega de Intermediários! Lincoln Gordon para Presidente!
Jango, homem de dialogo, criado nos Pampas, herdeiro do carisma de Getúlio, e de sua habilidade de negociar mesmo em posição de forca, e grande prestígio, não quis arrumar mais encrenca com John Kennedy. E tolerou a interferência do embaixador na política interna e externa do Brasil um pouco bastante além do recomendado pelas regras diplomáticas.
Imagine se nosso embaixador em Washington fosse condenar os golpes de estado que os EUA promoveram no Congo Belga, assassinando o primeiro-ministro Patrice Lumumba e queimando seu corpo com a ajuda do governo Belga!
Ou os golpes na Indochina, na América Latina, as invasões em Cuba, Guatemala, Nicarágua, etc etc!!!
Alguém em nosso governo precisa dizer algo a essa senhora.
Seu governo que conforme áudio de Victoria Nuland em conversa com o primeiro ministro da Estômia investiu 5 bilhões de dólares no Golpe de Estado que derrubou o governo eleito da Ucrânia em 2014 , dando origem a guerra que dura até hoje, não tem nenhuma condição politica ou moral ou diplomática de vir nos visitar e ficar mexendo em nossas panelas, dizendo o que fazer dentro de nossa própria casa.
É assim, dessa forma atrevida e desrespeitosa que agem o Império Americano quando quer agredir, desmerecer e finalmente destruir a SOBERANIA DOS POVOS sobre as suas nações .
E claro, a sua DEMOCRACIA
Com a palavra nosso ex-embaixador em Washington, Mauro Vieira, que por certo jamais teve esse deselegante comportamento nem quando Obama confessou ter mandado espionar o e-mail e o telefone da presidenta Dilma e da Chanceler da Alemanha , Angela Merkel.
A mesma que há três meses confessou que os Acordos de Minsk foram uma farsa destinada apenas a enviar mais armas para preparar o ilegítimo governo golpista e nazista ucraniano para a atual guerra.