Novas hidrelétricas trarão mais segurança energética, diz Fiemg.
Federação de Indústrias de MG defende simplificação da legislação ambiental para viabilizar investimentos e evitar apagões.
O apagão nacional que afetou 25 Estados e o Distrito Federal em 15 de agosto acendeu o sinal vermelho na indústria, setor que mais consome energia no país. A preocupação central é com a segurança energética do SIN (Sistema Interligado Nacional) diante da crescente participação de fontes intermitentes na matriz elétrica, como usinas eólicas e solares. Para reduzir os riscos de novos apagões, um caminho seria a ampliação do parque hidrelétrico.
É o que defende a Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), que iniciou uma ofensiva para estimular o debate sobre a necessidade de construção de novas hidrelétricas no país. A entidade afirma que esses investimentos dariam maior segurança ao fornecimento de energia, visto que as eólicas e solares não funcionam em todos os horários do dia e não contam com armazenamento para assegurar a geração, como é o caso dos reservatórios.
A medida, inclusive, contribuiria para o crescimento das fontes renováveis. “A geração de energia elétrica na base permite o desenvolvimento também das fontes solar, eólica e de biomassa [geração a partir da queima da matéria orgânica vegetal ou animal], e ainda tem a previsibilidade de produção”, afirma a gerente de Energia da entidade, Tânia Mara Santos.
Em 2006, a participação da energia hidrelétrica na matriz energética brasileira era de 92%. Atualmente, está pouco acima de 50%, segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema). No período, houve crescimento da participação da geração de energia eólica e solar no Brasil, que são fontes ainda mais limpas, mas que deixam o sistema mais exposto a variações conforme o horário.
De acordo com a Fiemg, a composição das fontes renováveis na matriz energética contribui para a sustentabilidade ambiental. No entanto, pondera que essas modalidades precisam estar acompanhadas de outras que gerem energia de forma constante, como hidrelétrica, térmica e nuclear, dando estabilidade ao SIN.
A entidade tem feito uma campanha para que o governo e o Congresso atuem para simplificar a legislação ambiental e, assim, atrair investimentos em novas usinas.
“Esse é o momento de virar a chave. O consumo de energia elétrica é crescente e precisamos de uma fonte segura, limpa, confiável e que possa ser utilizada como base para os momentos de maior demanda e auxiliar, inclusive no crescimento das demais fontes limpas como solar e eólica”, diz Tânia.