A oposição ao governador Ratinho Junior (PSD) na Assembleia Legislativa do Paraná (AL) espera obter na próxima semana o número necessário de assinaturas e garantir a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para esclarecer uma suposta dívida bilionária da Copel e possíveis irregularidades no processo de venda de ações da companhia.
No dia 14 deste mês, a agência de notícias do jornal O Estado de S. Paulo divulgou que a Copel teria uma dívida de R$ 3,2 bilhões, o que foi negado pela estatal em um comunicado ao mercado emitido no dia 16.
Para instalar a CPI, o requerimento deve ter a assinatura de 18 deputados estaduais, um terço do total. Até o final desta semana, só os oito deputados da oposição haviam assinado: os sete do PT (Ana Júlia, Arilson Chiorato, Doutor Antenor, Luciana Rafagnin, Professor Lemos, Renato Freitas e Requião Filho) e Goura (PDT).
Para obter as dez assinaturas que faltam, a oposição espera conquistar o apoio de parlamentares com atuação mais independente, como Mabel Canto e Cristina Silvestri, ambas do PSDB, já que a maioria dos deputados integra a base de apoio a Ratinho Junior.
“Tenho conversado e a expectativa é ter novas assinaturas nesta semana. Temos fatos novos para apresentar”, disse o líder da oposição na AL, Arilson Chiorato, que tem falado sobre o tema em todas as sessões.
“É uma luta muito difícil, porque o governo tem maioria absoluta na Assembleia, mas a Copel não consegue responder às indagações e vão aparecendo fatos novos. Isso ajuda a criar um movimento para que ela seja obrigada a prestar informações”, disse. “Como podem querer arrecadar R$ 4 bilhões com a venda de ações, se a Copel estaria devendo R$ 3,2 bilhões?”, questionou.